sexta-feira, janeiro 11, 2013

Coisas pequenas

"Coisas pequenas são
Coisas pequenas
São tudo o que eu te quero dar
E estas palavras são
Coisas pequenas
Que dizem que eu te quero amar".

Madredeus

O pedido

Perdoe-me amor se o exponho nestas linhas trêmulas que pretenciosamente tem a intenção de lhe chamar a atenção. Perdoe-me.
É que não sei guardar segredo e você é o meu segredo.
Perdoe-me se lhe sufoco com a minha sede que só aumenta mesmo sabendo que me encontro diante de um poço que nunca poderá me saciar.
É que a cada dia sinto-me mais fraca pois desde que chegastes  suga-me a vida em expectativas que ora tem o som de sim, ora do não. Perdoe-me.
Perdoe-me se me faço de surda só para viver a ilusão de uma felicidade que vem em pequeninos respingos de amizade.
É que ainda não me acostumei com a sua ausência mesmo sabendo que você nunca será presença. 
E eu lhe peço perdão. Perdão por lhe amar demais, por lhe querer demais, mais do que você possa imaginar.

Patrícia Prado


Algumas palavras



Já não sei quem sou, pois o que em mim hoje se vê é o reflexo de um amor que dia após dia ocupa cada espaço do meu ser.
E quem é você amor? Que chegastes sem hora marcada, que entrastes sem ser convidado e agora é mais que um visitante é parte de mim e expulsa-lo seria o mesmo que anular-me.
Sim o amor encontrou um porto e lançou suas âncoras na minha solidão tornando-se desde então senhor destas terras que outrora eram só minhas e de mais ninguém.
Se sua presença preenche a vida da mesma forma ela esvazia, pois como viver um amor que vem só?
Silenciosamente ele grita, mas seu grito apenas faz tremer a espessa relva que já começa a crescer em torno deste coração que sem cuidado apenas sente, sente e sente. 

Patrícia Prado

domingo, janeiro 06, 2013

A entrega



Diante da luz que teima existir, o escuro.
Que nasce de uma ideia fixa que atormenta diariamente o coração.
Em gritos silenciosos a alma congelada pelo desprezo teima em ser aquecida pela velha esperança que travestida de sonhos chega e desequilibra as ações.
O que fazer se ninguém vê? Eu grito, eu chamo, eu falo, mas ainda assim, ninguém vê.
O que fazer?Meu Deus o que esta a acontecer?
Um teste. A vida e seus inúmeros testes e eu cansada de vivencia-los e nunca entende-los.
Estou farta de tantas dúvidas que se misturam com certezas. Sinto-me a beira da loucura, solitária loucura.
A roda do tempo gira, mas a roda da vida estagnou-se. Sinto-me cansada. Estou cansada.
Quero dormir e nada mais. 

Patrícia Prado

Alice e o país que nunca é uma maravilha



A teimosia é uma das características comuns aos seres que pensam amar, digo pensam porque se houvesse amor suficiente por si mesmo não se pegaria a bater em pedra dura na esperança de que um dia irá furar.
Tem coisas que nunca serão porque não são! Mas parece que nós, seremos humanos, viemos com um “defeito” de fábrica e gostamos de coisas do tipo: amores impossíveis, o carinha da esquina que só lhe procura quanto nenhuma de suas “amigas” está disponível, ou a eterna e velha conselheira que arrasta pelo chão onde ele pisa e nem assim ele a percebe. Deve ser os óculos: os óculos que você trás no rosto o impede de ver a devoção em seu olhar. Nada como uma boa lente para ajudar da próxima vez né amiga . Acho que assim ele vê o que seus olhos teimam em dizer. Aff
Seria engraçado isso se não fosse o fato de que grande parte dos que estão a ler já se viram em situações como essa o que significa que estamos a viver um problema: o problema do amor-próprio.
Pára de ir atrás de quem lhe tem como opção. O mundo pode ser consumista, mas você não precisa se tornar um ser de uso e consumo. Você é gente e muito gente!
Você é linda, inteligente, boa de conversa, divertida, alto-astral, mas encontra-se como um avestruz escondendo-se debaixo de um monturo feito de carência e expectativas. Acorda Alice! Solta essa cabeleira e deixa o vento lhe guiar!
A vida é uma, una, única! Pára de se lamentar pelo leite que derramou a muito tempo e que não tem mais como retornar para a caneca. O café esfriou? Tudo bem, nem só de café vive o homem um chá também desce bem.
Abra a janela desse sótão que você teima em viver. Veja a vida além da vidraça embaçada e suja. Saia pela vida e com a vida. Permita-ser e viver. Liberte-se. Seja. Viva.

Patrícia Prado