quinta-feira, dezembro 29, 2005
Arco-íris sem cor
O amor tem cor? Que cor tem o amor?
Para os apaixonados, ele tem a cor do pecado
Para os poetas ele tem cor da dor
E para você, que cor tem o amor?
O amor não tem cor
Ele é preto, branco, amarelo...
É arco-íris depois de chuva
E quer coisa mais bonita
Que olhar o arco íris entre os pingos da chuva?
O amor é assim, simples, belo, inocente
É brisa suave em tardes ensolaradas
É manhã manhosa de inverno
É sonho de verão.
Patrícia Prado
Teço...
Escrever algo que valha a pena, mas o que vale a pena nessa vida?
Sobre o que devo falar agora? Sobre a vida, sobre o amor, sobre a dor?
Tudo vale a pena, já dizia Pessoa então, qualquer coisa que venha a dizer valerá a pena se houver vida em meus escritos, se minha alma de todo não for pequena.
É preciso estar vivo para escrever. Para ler não é diferente.
As linhas vão se cruzando e no emaranhado de pensamentos surge o texto. Às vezes sem contexto, ele passa a existir na medida em que o leitor dá vida a ele. É preciso estar vivo para se ler um texto. É preciso estar vivo para entendê-lo. Você precisa estar vivo para compreender-me.
E o que significa mesmo estar vivo? Você já se questionou sobre isso? Você tem certeza de sua existência?
Corpo, alma... espírito. Substância, matéria, vida... se unem em uma dança sincrônica fazendo com que a vida seja expressa através de mim, de você, de nós seres dotados de sentimentos, de vontades, de desejos, de liberdade....
Estamos vivos. Podemos nos ver. Podemos compreender. Podemos ler e decifrar os códigos escritos nas almas que buscam compreender-se. Todos querem compreender, todos querem ler e se ler mas acabamos lendo o outro e nessa leitura perdemos o principal: a nossa leitura de Ser.
Teço nesse momento um texto. Confuso? Talvez. Sem nexo? Não sei. Só você poderá dizer se existir vida o suficiente para ler, entender, compreender...
Sobre o que devo falar agora? Sobre a vida, sobre o amor, sobre a dor?
Tudo vale a pena, já dizia Pessoa então, qualquer coisa que venha a dizer valerá a pena se houver vida em meus escritos, se minha alma de todo não for pequena.
É preciso estar vivo para escrever. Para ler não é diferente.
As linhas vão se cruzando e no emaranhado de pensamentos surge o texto. Às vezes sem contexto, ele passa a existir na medida em que o leitor dá vida a ele. É preciso estar vivo para se ler um texto. É preciso estar vivo para entendê-lo. Você precisa estar vivo para compreender-me.
E o que significa mesmo estar vivo? Você já se questionou sobre isso? Você tem certeza de sua existência?
Corpo, alma... espírito. Substância, matéria, vida... se unem em uma dança sincrônica fazendo com que a vida seja expressa através de mim, de você, de nós seres dotados de sentimentos, de vontades, de desejos, de liberdade....
Estamos vivos. Podemos nos ver. Podemos compreender. Podemos ler e decifrar os códigos escritos nas almas que buscam compreender-se. Todos querem compreender, todos querem ler e se ler mas acabamos lendo o outro e nessa leitura perdemos o principal: a nossa leitura de Ser.
Teço nesse momento um texto. Confuso? Talvez. Sem nexo? Não sei. Só você poderá dizer se existir vida o suficiente para ler, entender, compreender...
Patrícia Prado
quarta-feira, dezembro 14, 2005
As sem-razões do amor
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade
O que eu queria dizer...
Escrever é arte.
Arte que teima existir
Quando o momento não existe.
O que quero dizer nesse momento?
Não sei. Eu sei.
Mas, a prudência teima não deixar
E as palavras voltam ao lugar
Onde não deveriam estar.
Então o silêncio inunda novamente.
E a vontade esconde-se em conchas
Sobre os mar da insensatez
Sobre os ventos da lucidez
O que queria dizer mesmo?
Não sei. Eu sei
Mas não posso dizer...
Patrícia Prado
Arte que teima existir
Quando o momento não existe.
O que quero dizer nesse momento?
Não sei. Eu sei.
Mas, a prudência teima não deixar
E as palavras voltam ao lugar
Onde não deveriam estar.
Então o silêncio inunda novamente.
E a vontade esconde-se em conchas
Sobre os mar da insensatez
Sobre os ventos da lucidez
O que queria dizer mesmo?
Não sei. Eu sei
Mas não posso dizer...
Patrícia Prado
Poesia
Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Carlos Drummond de Andrade
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Carlos Drummond de Andrade
domingo, dezembro 04, 2005
Inscrição na Areia
Motivo
Eu canto porque o instante existe a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,- não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:- mais nada.
Cecília Meireles
Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,- não sei, não sei.
Não sei se fico ou passo.Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:- mais nada.
Cecília Meireles
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