quinta-feira, junho 15, 2006

O Silêncio de Deus


"É da natureza da vida abafar a voz de Deus.
Quando, por qualquer razão, a voz de Deus
não parece clara, podemos encobrir o silêncio
e preencher os espaços vazios para Ele.
Ou podemos prestar atenção cuidadosamente
para o que Ele possa estar tentando nos ensinar
através do silêncio."

Acredito no sol, mesmo que ele não esteja brilhando;
Acredito no amor, mesmo que não o sinta;
Acredito em Deus, mesmo que Ele esteja em silêncio.

Palavras encontradas em uma cela onde um judeu
se escondeu dos nazistas.

Uma declaração de amor a Deus

Se eu te adorar por medo do Inferno,
Queima-me no inferno.
Se eu te adorar pelo paraíso,
Exclua-me do paraíso.
Mas se eu te adorar pelo que Tú és,
Não esconda de mim a Tua face.

Rabia, 800 d.C.

sábado, junho 10, 2006

Reflexões



Passamos a vida correndo atrás do amor, e esse parece-nos olhar timidamente pelas frestas da janela.
Peralta criança, sábio senhor, o amor é a fonte da vida é o gerador de alegria o antídoto poderoso contra as desesperanças da vida.
Mas porque ele se encontra as vezes tão ausente? Porque sempre estamos a sua procura?
Não é o amor que está ausente somos nós que não sabemos nos comportar diante dele.
E assim passamos a vida correndo atrás daquilo que está ao nosso lado, dentro de nós. Corremos atrás do que já se fez cativo, atrás do amor.

Patrícia Prado

Janelas

Teus olhos revelam aquilo que teimas esconder
Como estrelas a reluzir em uma noite sem luar
Teus olhos guiam-me pelas sombras de tua alma
E fazem-me encontrar aquilo que não consegues revelar.

Teus olhos o traem.
Cativo a esse sentido não há como revidar
Pois teus olhos me dizem
Aquilo que não consegues negar.

Teus olhos traduzem palavras desconexas
E o que era sem causa
Passa a ter efeito

Bendito sejam teus olhos
Que não deixam permanecer cativo
Teu coração que ama, que sofre
Coração que se esconde atrás de teu olhar.

Patrícia Prado

sexta-feira, junho 09, 2006

Rendição


Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luiz Vaz de Camões

Mudam-se os tempos

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís Vaz de Camões

Wonderful

Adolphe-William Bouguereau (French, 1825-1905), Temptation, 1880