sábado, janeiro 21, 2006

Sobre o amor


O que é o amor? Um sentimento? Uma atração? Uma ação? Ou a junção desses elementos que me leva sempre de encontro ao outro a fim de manifestar-se?
Imortalizado nos poemas, exposto em canções, o amor tem sido um dos temas mais discutidos e menos entendido.
Alguns pensam que o amor é um sentimento, um nobre sentimento para com o outro e nesse pensar perdem-se ao se pedir mais que se dar. Amor é antes de tudo dádiva.
Se quisermos compreender um pouco do sentido do amor precisamos nos remeter a 2000 a.C. No monte do Gólgota a maior expressão do amor foi nos deixada. O Cristo Crucificado revelava-nos o sentido da dádiva: amor é ser dar sem esperar algo em troca.
Patrícia Prado

Muitos não entendem. Como dar sem receber? Como amar alguém sem tê-lo? Como não possuir e ainda assim ser feliz?
O capitalismo se reflete nas relações. Possuir é o lema; se não tenho não sou feliz. Se não possuo o outro, se não tenho meu objeto de desejo não tenho o amor. O amor é pássaro solitário, não suporta o confinamento.
Se os homens desejam “ter” o amor é preciso aprender suas regras e a primeira delas é deixá-lo ser e para que isso aconteça precisamos nos conhecer e nos aceitar como somos caso contrário estaremos sempre buscando no outro aquilo que julgamos nos faltar. Isso não é amor é transferência de responsabilidade e cada um deve ser responsável por si mesmo.
É preciso voltar-se para si mesmo e descobrir-se como pessoa antes de buscar pelo amor no outro. Jesus disse que devemos amar o próximo como a nos mesmos. Como posso então dizer que amo o outro se nem mesmo amo a mim mesmo? Como posso dizer que aceito o outro como ele é se não me aceito? Como posso desejar viver uma relação saudável se me encontro doente?
Muitos dos problemas de relacionamento poderiam ser resolvidos se os que estão a vivê-los entendessem que amor é antes de tudo uma dádiva e não uma conquista.

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