terça-feira, julho 24, 2007

O processo

O que sou?
Sou o resultado das experiências permitidas.
As marcas que carrego revelam a história.
Eis o preço de se permitir, de se viver, de querer SER.

Patrícia Prado

terça-feira, julho 17, 2007

Because Your love I live, I live

When the darkness fills my senses
When my blindness keeps me from
Your touch Jesus, come
When my burden keeps me doubting
When my memories
Take the place of You Jesus, come
And I'll follow You there
To the place where we meet
And I'll lay down my pride
As you search me again
Your unfailing love
Your unfailing love
Over me again
Your unfailing love - Hillsong

segunda-feira, julho 16, 2007

Íxion

Eu escrevo para me libertar...
Do grito entalado na garganta
Da revolta que enche o peito
Do estigma que marca a alma.

As palavras são as armas utilizadas
Nesta batalha eterna entre a razão e a emoção
Meu opositor? Nem percebe-me...
E mais uma vez sinto que estou
A lutar contra moinhos de vento...

Estou farta! Basta!
Porque o retorno parece ser inevitável?
O Carma, a roda da vida a girar. Íxion.

E eu? O que faço para mudar essa história?
Escrevo. Somente escrevo.

Patrícia Prado

segunda-feira, julho 09, 2007

Phoenix

O que acontece?
Estranha sensação...
Por mais que tente, não há como nomear.
Sei que algo assim já existiu, um dia
Mas se nomeá-lo terei que assumir
A responsabilidade de vivenciar o que esta a acontecer.
Uma coisa é certa: trouxe-me de novo a vida
E isso é tudo, isso é tudo...

Patrícia Prado

sexta-feira, julho 06, 2007

Sobre aqueles que acreditam no além: Uma análise sobre cultura e religião a partir da obra de Nietzsche

Um dia, Zaratustra, ele também como todos os alucinados pelo além, elevou sua ilusão para além do homem. Obra de um deus sofredor e atormentado, assim me pareceu então o mundo.
“O mundo me parecia um sonho, uma ficção de um deus, vapor colorido diante dos olhos de um ser divinamente descontente”.
Bem e mal, alegria e desgosto, eu e tu, tudo me parecia mais vapor colorido diante dos olhos criadores. O criador queria desviar de si mesmo o olhar e então criou o mundo.
(NIETSCHE, P. 35)

Assim falava Zaratustra, de Frierich Willhelm Nietzsche (1844-1900) é uma obra que retrata a busca de um super-homem capaz de superar as mudanças ocorridas na sociedade e consequentemente em si mesmo. A sociedade retratada por Nietzsche é uma sociedade hipócrita, baseada em preceitos moralistas que imobilizam o homem na sua busca de si. Por isso Deus está morto. Nós, membros dessa sociedade o matamos.
Mas se Deus está morto, porque estamos presos as correntes moralistas da religião? Porque o além ainda é mais atrativo que a própria vida? Que mecanismos controlam essa sociedade a fim de ocultar a razão de ser e existir? Sob qual égide está o pensamento desses?
Cultura. É a cultura que legitima o pensamento teocentrico e o trata como herança à posteridade. Sob a égide da cultura firma-se a religião.
No capítulo Sobre aqueles que acreditam no além (NIETSCHE, p.35) o autor faz uma reflexão sobre a necessidade da criação de um deus é inerente ao homem e como essa o aprisiona em conceitos divinos vividos por humanos. Segundo Nietsche o medo do sofrimento leva o homem a busca de resposta além vida, uma forma de não responder as questões que estão sob sua responsabilidade.
Sob a roupagem da religião homens inescrupulosos organizam a sociedade e as manipulam a seu bel prazer. Como em um grande teatro de marionetes a humanidade ensaia os atos que o levarão ao ápice da história: a redenção da alma. O corpo nada mais é que um recipiente ainda em desenvolvimento ao qual abriga uma alma imortal em busca incessante pela perfeição. Imperfeito, esse corpo deve ser domado pelas chibatas da moral. Fé e lealdade aos preceitos: eis a junção que pode libertar-nos do fim.
E assim o homem traça o seu caminho, programa o seu destino e a cada nova geração esses ensinamentos são retransmitidos a fim de garantir a permanência do grupo e da própria humanidade.
Essa permanência só é possível porque a cultura possui mecanismos que garantem a permanência desse ensino, e a educação é sua guardiã. Tais preceitos baseiam-se sempre em conceitos morais e que ganha tom de verdade absoluta quando associado a uma entidade nomeada pelos seus seguidores.
Jeová, Alá, Brama, Amana... Diversos nomes um conceito básico: deus, criador, juiz. Sob suas mãos está o controle da vida e da morte. O destino da humanidade repousa sobre seus ombros e aos homens, cabe obedecer seus preceitos, preceitos esses registrados em livros tão diversos quanto as divindades mas que possuem alto teor de autoridade a ponto de se serem considerados dignos de fé e prática.
A educação é a arma que a cultura utiliza para perpetuar esse círculo eterno. Ela é a guardiã das tradições e como tal cabe a ela ser a transmissora. Um exemplo disso encontram-se nas escolas Islâmicas. Nas escolas corânicas, baseia-se na idéia de que o papel do aluno é ouvir. Nesses estados onde a religião é a lei, nem mesmo a arte fica ilesa de suas restrições. No mundo muçulmano os desenhos produzidos são abstratos, pois só Deus é criador e ao tentar reproduzir o desenho de uma árvore, por exemplo, estariam equiparando ao criador. Por isso sua arte revela-se em traços abstratos ou em forma de mosaico.Segundo Tarik Ramadan, intelectual muçulmano em seu artigo escrito à página da educação , é necessário uma reforma no ensino islâmico caso não queiram se auto-excluir.
A ciência apela: deve-se banir a religião da escola, a instituição deve ser completamente laica.
Vista sempre como inimigo número um da igreja, a ciência esteve por alguns séculos silenciados. Com a ascensão do iluminismo e a busca de resposta pela razão o homem torna-se seu próprio deus colocando-se como centro do universo e de sua vida.
Se penso, logo existo e se existo EU SOU. Não é preciso um deus para dizer o que devo ou não fazer. Sozinho existo, sozinho faço. Mas será que a máxima é verdadeira? O homem conseguiu sobreviver com sua razão? O intelecto deu resposta as ânsias de sua alma infinita?
A filosofia parecia ser a resposta para suas dúvidas e apreensões e o individualismo crescente fez com que os valores culturais fossem mensurados a partir de sua utilidade para o progresso e não pelo seu significado único para cada sociedade.
A corrida pelo sucesso levou os homens a perda de sua identidade primeira: a identidade cultural. Cidadãos de um novo mundo, o deus agora baseava-se no capital e tudo era permitido em nome dele.
Se antes ter era um abismo que separava os homens do criador, agora a religião legitima o trabalho e não é mais proibido possuir. A demência da razão era coisa que aproximava de Deus e a dúvida era pecado. (NIETSCHE, p. 37)
Utilizando-se do discurso religioso, por muito tempo o homem tornou-se cativo dos preceitos morais ditados por alguns que segundo Zaratustra consideram semelhantes a Deus. (NIETSCHE, p. 37).
Nietsche, ao contrário do que muitos acreditam, não é um ateu blasfemo, mas um crítico a organização que utiliza o nome de uma divindade a fim de conseguir poder. A vontade de poder leva os homens há aprisionarem seus próprios semelhantes com as algemas do castigo eterno e é sobre eles que vem a crítica. Utilizando-se do que os homens consideram mais sagrados, esses não medem esforços para deturpar a verdade em busca de sua realização pessoal. Um reflexo da própria evolução do homem.
Se nos primórdios dos tempos a busca incessante do homem era encontrar respostas em como ser, com o passar dos tempos seu ideal passou a buscar subsídios para levá-lo a ascensão nessa vida. Mesmo com o olhar voltado para as coisas terrenas, a visão do além não foi de toda esquecida e isso graças a cultura que ainda prega e guarda esse preceito eterno.
De forma diferente talvez, o além agora pode ser conquistado. Não são mais necessários autos-flagelos o capital pode assegurá-lo. Hedonista, defensores do prazer instantâneo, correm contra o tempo; uma vida fast-food é o que procuram. Em cada praça, em cada vitrine, em cada rua, homens e mulheres, jovens e crianças, a humanidade caminha em passos rápidos como a vida se tornou rápida. Não há tempo para brincar, para conversar, para viver. Time is money diz a cultura vigente e deus legitima isso!
E o interessante é que nossas crianças são adestradas para esse show chamado vida. A programação começa com a demarcação do tempo. Há tempo para todas as coisas diz o Livro, e a escola também acredita nisso. Há tempo para brincar, há tempo para estudar, há tempo para falar.... Mais tempo ainda para silenciar. Silêncio, silêncio, silêncio. É a frase que repetimos todos os dias quando recitamos as máximas ditadas pelo sistema. Fragmentados, somos criaturas em busca de redenção, e quem poderá nos defender de nós mesmos? Uma vez enfermos, menosprezamos o corpo e a terra em busca dessa redenção e inventamos as coisas celestes e as gotas de sangue (...) Mas vejam só, uma vez as inventamos e agora somos nos mesmos que as destruímos! Até esses doces e lúgubres venenos os tomaram do corpo e da terra!
Se Deus está morto tudo me é permitido, não é assim? NÃO! Diz a cultura. Nada lhe é permitido, existem regras e essas devem ser seguidas a fim de mantermos a sobrevivência. Aqueles que não acreditam nisso, sejam lançados fora, para as catacumbas! Escórias da sociedade! Retire do nosso meio o câncer que contamina todo o corpo! Fim aos traidores do sistema!
E a humanidade caminha. Para onde? Não se sabe ao certo, só se sabe que caminham. Parafraseando Pessoa, caminhar é preciso, viver não é preciso. Eis a máxima pós-moderna.
Não somente o corpo mas a terra sente os efeitos decorrentes da morte de Deus. Parte da criação divina, a natureza era uma das maneiras de contato com o criador e para algumas religiões ela continha a essência do próprio deus. Mas, o “apego as coisas desse mundo” levaram alguns a não trata-la como parte da divindade e a sua morte também já a muito fora decretada. Caminhamos rumo ao fim, ao fim da humanidade, ao fim do universo.
Catástrofes, mortes, extinção. Palavras normais no vocabulário do homem pós-moderno e que já fazem parte dos livros didáticos. A nova ordem é reciclar a fim de manter a ordem em meio ao caos. Sempre houve muitos enfermos entre os que sonham e suspiram por Deus. Odeiam furiosamente aquele que busca o saber(...) Ensino aos homens uma nova vontade: querer esse caminho que o homem seguiu cegamente, considera-lo bom e não se afastar dele furtivamente como os enfermos e os moribundos!
Um vapor colorido diante dos olhos de um ser divinamente descontente parecia o mundo aos olhos de Zarastutra. Vivendo uma dialética eterna o criador desvia o olhar de si mesmo e cria o mundo. Um mundo que reflete a eterna contradição, sonho inebriante de seu imperfeito criador.
A cada nova geração surge o mundo e quantos mundos ainda teremos a chance de criar? Quantos “deuses” a educação ainda pregará? O que restará como preceitos basilares da sociedade em questão dignos de ser guardados e repassados?
Como em sonho ainda estamos a delirar na esperança de um mundo melhor menos injusto, menos discriminatório, menos hipócrita. E lançamos sobre o futuro essa esperança e nas mãos de quem? Das crianças. Pobres crianças! Sobre elas pesam o destino da família, o destino da cidade, o destino da nação, o destino da humanidade!
Tutor desse pequeno salvador, a educação assegura através do ensino a cartilha básica que “garantirá” o sucesso em sua batalha contra os inimigos do Estado. Aos pais fica a responsabilidade de nutrir, zelar e cuidar para que os ensinos administrados por esse aparelho legitimado sejam fixados. E a cultura? Essa será a eterna guardiã, que assegurará a continuidade desse projeto eterno que é o de uma sociedade organizada sob leis que garantirá o progresso e o bem estar de todos.porque não dizer de um. Novos deuses em construção, eis o que nos aguarda o futuro e deus? Esse morrerá, se for preciso.

quinta-feira, julho 05, 2007

Quanto vale o seu pensamento?

Quem pensa por si só é livre e ser livre é coisa muito séria.
Renato Russo

segunda-feira, julho 02, 2007

Sabedoria da vida


Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso.
Provérbio Chinês

Insano

A cada dia transcendo a realidade do absurdo existencial que me propõem. Corja de hipócritas preconceituosos que vendem a liberdade de ser a um sistema caduco e falido.
A vida pulsa em mim. Estou aqui, por isso vivo.

Patrícia Prado