quarta-feira, novembro 07, 2012

No olho do furacão


Parar. Eis o movimento que somos convidados a fazer.
A razão dita a norma e as palavras se silenciam.
Nada muito fácil de ser fazer. Uma atitude nada simples pois muitas palavras foram libertadas por mim e por você e agora? Como não ouvi-las?
No olho do furacão, no centro da tormenta, no meio da não paz.
Eu me encontro nesse estágio, nesse lugar outrora não imaginado, nunca antes visitado e a quem devo culpar por ter chegado aqui? A você? A mim? Ao destino? Aos deuses ou aos demônios?
Não. Não há culpados. Não há vítimas. Há apenas duas pessoas que, talvez por distração, se viram e sem intenção se olharam de forma diferente. Eis o que pode se tornar a força de uma atração, de um desejo.
Mas o tempo, guardião de toda sabedoria e saídas, pode ser a solução para o fim desse tormento. Deixemos que ele nos guie e enquanto isso façamos um movimento contrário. Um movimento que nos leve de encontro ao não abraço, ao não toque, ao silêncio; até que o furacao perca sua força e estejamos em um ponto mais seguro onde não haja medo.


Patrícia Prado

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