quarta-feira, novembro 14, 2012



Falar do totalmente Outro em categorias humanas, limitadas, frágeis.
Falar do totalmente Outro que transcendente a ótica das coisas visíveis e tangíveis.
Como falar deste totalmente Outro sem “rebaixa-lo” a ideia  humana de ser?
Falar do totalmente Outro. Preciso é?
Sim, preciso é falar do totalmente Outro, pois quando falo sobre Ele falo do que não sou e assim me vejo, me descubro me acho, mas ao mesmo tempo o perco, pois não existe linguagem que consiga abarcar toda a complexidade deste totalmente Outro.
Se tento apreende-lo na linguagem humana limito-o a ideia convencional e fragmentada, pois quando digo “casa”, por exemplo,  quantos  tipos de “casa” lhe vem a mente? E quando digo Deus?
O totalmente Outro, assim, se torna prisioneiro de minhas regras culturais, de minha construção gramatical, de meu contexto,  pois quando falo sobre Ele falo à partir do humano . A ideia sobre Deus se faz no dia a dia, nas relações, no chão da vida.
E assim, condenado pela limitação do pensamento o totalmente Outro se encontra entre os mais diversos conceitos de justiça, de paz, de misericórdia e tantos outros tornando a ideia sobre Ele volúvel, instável, na medida em que o ser humano vai vivenciando e adaptando sua forma de compreensão destas ações.
Mas se existe algo que talvez possa libertar o totalmente Outro de nossas convenções gramaticais seja o amor. O amor, que é sua força e ao mesmo tempo sua fraqueza  é a ação capaz de trazer e fazer o transcendente realmente imanente, realmente Deus.

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