Falar do totalmente Outro em
categorias humanas, limitadas, frágeis.
Falar do totalmente Outro que transcendente
a ótica das coisas visíveis e tangíveis.
Como falar deste totalmente Outro
sem “rebaixa-lo” a ideia humana de ser?
Falar do totalmente Outro.
Preciso é?
Sim, preciso é falar do totalmente
Outro, pois quando falo sobre Ele falo do que não sou e assim me vejo, me descubro
me acho, mas ao mesmo tempo o perco, pois não existe linguagem que consiga
abarcar toda a complexidade deste totalmente Outro.
Se tento apreende-lo na linguagem
humana limito-o a ideia convencional e fragmentada, pois quando digo “casa”,
por exemplo, quantos tipos de “casa” lhe vem a mente? E quando
digo Deus?
O totalmente Outro, assim, se
torna prisioneiro de minhas regras culturais, de minha construção gramatical,
de meu contexto, pois quando falo sobre
Ele falo à partir do humano . A ideia sobre Deus se faz no dia a dia, nas
relações, no chão da vida.
E assim, condenado pela limitação
do pensamento o totalmente Outro se encontra entre os mais diversos conceitos
de justiça, de paz, de misericórdia e tantos outros tornando a ideia sobre Ele volúvel,
instável, na medida em que o ser humano vai vivenciando e adaptando sua forma
de compreensão destas ações.
Mas se existe algo que talvez
possa libertar o totalmente Outro de nossas convenções gramaticais seja o amor.
O amor, que é sua força e ao mesmo tempo sua fraqueza é a ação capaz de trazer e fazer o
transcendente realmente imanente, realmente Deus.
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