quinta-feira, setembro 13, 2007

Visto-me de Saudade

Visto-me de saudade
Para receber a solidão.
Com ela vem a dor
Do não vivido.
Conversamos.

Sentados
De frente ao mar da ilusão
Tecemos considerações
Mas nenhuma delas traz de volta
A possibilidade do que se foi.

Visto-me de saudade
Recebo a solidão...

Patrícia Prado

quarta-feira, setembro 12, 2007

Conselhos que deve-se levar pela vida

"Não importa onde você parou...em que momento da vida você cansou...o que importa é que sempre é possível enecessário recomeçar".Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...é renovar as esperanças na vida e o mais importante...acreditar em você de novo.Sofreu muito nesse período?foi aprendizado...Chorou muito?foi limpeza da alma...Ficou com raiva das pessoas?foi para perdoá-las um dia...Sentiu-se só por diversas vezes?é por que fechaste a porta até para os anjos...Acreditou que tudo estava perdido?era o início da tua melhora...Pois agora é hora de iniciar...de pensar na luz...de encontrar prazer nas coisas simples de novo.Que tal :Um corte de cabelo arrojado...diferente?Um novo curso...ou aquele velho desejode aprender a pintar...desenhar...dominar o computador...ou qualquer outra coisa...Olha quanto desafio...quanta coisa novanesse mundão de meu Deus te esperando.Tá se sentindo sozinho?besteira...tem tanta gente que você afastoucom o seu "período de isolamento"...tem tanta gente esperando apenas um sorrisoteu para "chegar" perto de você.Quando nos trancamos na tristeza...nem nós mesmos nos suportamos...ficamos horríveis...o mal humor vai comendo nosso fígado...até a boca fica amarga.Recomeçar...hoje é um bom dia paracomeçar novos desafios.Onde você quer chegar? ir alto...sonhe alto... queira o melhordo melhor...queira coisas boas para a vida...pensando assimtrazemos pránós aquilo que desejamos...se pensamos pequeno...coisas pequenasteremos...já se desejarmos fortemente o melhore principalmente lutarmospelo melhor...o melhor vai se instalar na nossa vida.E é hoje o dia da faxina mental...joga fora tudo que te prende ao passado...ao mundinho de coisas tristes...fotos...peças de roupa,papel de bala...ingressos de cinemabilhetes de viagens... e toda aquelatranqueira que guardamos quando nosjulgamos apaixonados...jogue tudo fora... mas principalmente...esvazie seu coração...fique pronto para a vida...para um novo amor...Lembre-se somos apaixonáveis...somos sempre capazes de amarmuitas e muitas vezes... afinal de contas...Nós somos o "Amor"...Porque sou do tamanho daquilo que vejo,e não do tamanho da minha altura."
Carlos Drummond Andrade e Paulo Roberto Gaefke

Acordar, viver

Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.

Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?

Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpurademente?
E mais aquela ferida que me inflijo
a cada hora, algozdo inocente que não sou?

Ninguém responde, a vida é pétrea.

Carlos Drummond de Andrade

A um ausente

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescênciade
viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu,
enlouquecendo nossas horas

.Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, setembro 01, 2007

Nos últimos dias...

Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele que teu olhar pela janela me faz morrer
Ando tão à flor da pele que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele que a minha pele tem o fogo do juízo final

Um barco sem porto sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Um bicho solto
Um cão sem dono
Um menino bandido

Às vezes me preservo outras suicido
Às vezes me preservo noutras suicido

oh sim, eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que eu não acredito mais em você

Eu não preciso de muito dinheiro graças a Deus
Mas vou tomar aquele velho navio
Aquele velho navio
Aquele velho navio...

Um barco sem rumo, sem porto, sem vela
Cavalo sem sela um bicho solto,
Um cão sem dono,
Um menino bandido
As vezes me preservo noutras suícido

Flor da Pele - Zeca Baleiro