quinta-feira, novembro 29, 2012

Provocações



E você chega novamente.
Com as vestes da tormenta chega e tira tudo do lugar.
Tudo revirado novamente.
Suor, calor, torpor
As sensações também se misturam e o conhecido volta a ser desconhecido
Em pulsões que escorregam pela pele sempre a espera...
E você chega novamente.
Trazendo na bagagem imagens de uma cidade habitada pelo desejo e pelo não.
Imagens tristes e alegres que se mesclam em variados tons e sons.
E você chega novamente. E chegando vai deixando a marca da saudade enfeitada de apelos,
de desejos, de sussurros, de delírios, delírios de quem sabe que você chega para não ficar....

Patrícia Prado

quarta-feira, novembro 28, 2012

Reminiscências

E eu lhe beijaria novamente
como o mesmo ardor de antes
e com a diferença de que o medo não estaria mais presente
neste reviver de um tempo em que se foi feliz.

quarta-feira, novembro 14, 2012



Falar do totalmente Outro em categorias humanas, limitadas, frágeis.
Falar do totalmente Outro que transcendente a ótica das coisas visíveis e tangíveis.
Como falar deste totalmente Outro sem “rebaixa-lo” a ideia  humana de ser?
Falar do totalmente Outro. Preciso é?
Sim, preciso é falar do totalmente Outro, pois quando falo sobre Ele falo do que não sou e assim me vejo, me descubro me acho, mas ao mesmo tempo o perco, pois não existe linguagem que consiga abarcar toda a complexidade deste totalmente Outro.
Se tento apreende-lo na linguagem humana limito-o a ideia convencional e fragmentada, pois quando digo “casa”, por exemplo,  quantos  tipos de “casa” lhe vem a mente? E quando digo Deus?
O totalmente Outro, assim, se torna prisioneiro de minhas regras culturais, de minha construção gramatical, de meu contexto,  pois quando falo sobre Ele falo à partir do humano . A ideia sobre Deus se faz no dia a dia, nas relações, no chão da vida.
E assim, condenado pela limitação do pensamento o totalmente Outro se encontra entre os mais diversos conceitos de justiça, de paz, de misericórdia e tantos outros tornando a ideia sobre Ele volúvel, instável, na medida em que o ser humano vai vivenciando e adaptando sua forma de compreensão destas ações.
Mas se existe algo que talvez possa libertar o totalmente Outro de nossas convenções gramaticais seja o amor. O amor, que é sua força e ao mesmo tempo sua fraqueza  é a ação capaz de trazer e fazer o transcendente realmente imanente, realmente Deus.

sexta-feira, novembro 09, 2012

Quando as palavras fogem e só restam os pontos de interrogação, onde buscar a inspiração para continuar a vida? Porque as indagações tomaram o lugar das afirmações ou das exclamações! Onde se encontra a beleza da reticência, da continuidade, da infinitude do momento?
E quando as palavras fogem, quando não se encontra mais uma vírgula que seja, quando se chega nesse ponto, parece ser o final.
Mas, a vida parece não querer obedecer a essa regra gramatical, pois ela insiste ainda com a interrogação ou com um traço que dá início a um novo diálogo mesmo que seja com velhas e gastas palavras; velhos e pequenos intervalos, para quem sabe uma nova reflexão.
A vida com seus encantos e desencantos. A vida com sua força que teima quebrar regras, teorias, hierarquias, governos, principados, potestantes...Nessa dinâmica o ser, que se acha humano, percebe sua fragilidade, sua ignorância com relação a ela, a vida.
Tão pequena palavra VIDA mas com tanta potência! É por causa dela que a semente ainda germina; é desejando que ela continue viva que os corpos se unem, mesmo que se dêem outro nome a essa união; é por causa dela, da vida, que os seres humanos se desnudam se encontram se unem, se perpetuam em outras vidas. 

Mas até a palavra VIDA parece estar se perdendo nesse céu negro e coberto de sangue e lágrimas. A chuva que desce agora sobre os corpos humanos tem gosto de sal. O que nos aquece não é mais o calor amarelo de um sol límpido e puro mas o desejo frenético de possuir por possuir; de ter por ter; nada poético muito menos filosófico muito menos sentimental.
A relação com o homem é a mesma que se tem com o planeta: uso e consumo. Consumo e uso. Não se pensa no amanhã. Hedonismo puro. Puramente hedonistas. E assim, nos tornamos seres em preto e branco que transitam em meio a uma multidão. Que cega tateia em busca de um pouco de amor, de atenção de sentimento.
Deve ser por isso que as palavras se ausentaram. Sensíveis, elas preferiram se refugiar no recôndito da alma para não sofrerem o golpe da manipulação. É isso. As palavras fugiram porque sentem medo.
Medo da incompreensão; medo do uso desleal; medo da mentira; muito medo. Medo. E os medos as acorrentaram no saudosismo e as levaram a apenas rabiscar timidamente, em um traço fino, quase imperceptível, um futuro simples e sem muitas fábulas ou pensamentos perigosos.
As palavras se escondem e talvez seja difícil elas saírem desse lugar porque elas também temem se perder! Há tanto tempao vivendo sobre a penumbra teme que a luz que parece iluminar o outro lado do texto seja na verdade uma luz artificial que a qualquer momento pode se apagar ou morrer.
E assim, as palavras continuam intactas, protegidas por si mesma, envoltas em um broquel feito de medo e dúvida se permitindo apenas conviver com a fria e confusa interrogação.

Patrícia Prado


Não existe lugar onde a alma possa se esconder. Paredes e escudos servem apenas para aprisionar. Quanto mais se esconde menos se protege pois nossa essência é constituída da liberdade e essa só se manifesta quando se permite revelar, mostra, relacionar, ver e se deixar ver. Tenho aprendido que a vida deve ser contada a cada respirar. Não pelos anos acumulados pela contagem arbitraria de um calendário mas pela batida silenciosa do coração. A contagem real da vida esta ai. Quantas vezes bateu seu coração diante da vida? Quantas vezes bateu meu coração? Contemos e saberemos quanto de vida tivemos até aqui....

Patrícia Prado




Navegante de um mar chamado destino.
Seguindo para um porto ainda sem um nome definido, mas seguindo.
As velas trêmulas diante do salgado mar se faz
E as embarcações tombadas pelas tempestades revelam segredos de vidas guardadas em um mar.
Uma concha, uma ostra.
Um fino grão de areia capaz de produzir uma jóia de rara beleza
Pérolas. Produzidas pelo atrito, produzidas na lágrima da dor, pérolas.
O mar que navego produz tormentas mas produz também pérolas, de infinita beleza pérolas.
E assim navegante continuo sem destino por um mar chamado caminho.


Patrícia Prado

Uma observação importante

Dizem que quando mais amor você oferece mais você recebe. Bem, as vezes essa matemática nem sempre termina em números positivos.
Você já deve ter vivenciado situações onde se faz presente na vida do outro, estende a mão, dá cambalhotas, veste-se de palhaço e...nada! absolutamente nada de anormal acontece. E o que pensar então? Que a máxima do amor está errada? Que devemos nos fechar e pagar com a mesma moeda, afinal chumbo trocado não doí?!
Pensemos. A razão nessa hora é a melhor conselheira e ela nos diz que a vida não é uma soma perfeita ou um desenho geométrico exato. A vida é essa dinâmica maravilhosa que nos permite a cada novo dia reviver, reiventar nossa história, reescrever passos.E, então?
Não querem a mão que se estende? Ok. Outros com certeza agradecerão por ela.
Não conseguem lhe perceber? Uma pena, tanta coisa bacana você tinha prá contar! Mas...
Se oferecer amor tem-se como garantia o recebimento parece que esqueceram de registrar uma observação: Que ninguém é obrigado a gostar de ninguém e isso significa que você pode estar oferecendo amor a quem nunca conseguirá somar.

Patrícia Prado

Reflexos e Reflexões


Comecei a viajar, não tanto pelo desejo de fazer pesquisas etnográficas ou reportagens mas por necessidade de distanciar-me, de libertar-me e escapar do meio em que tinha vivido até então, cujos preconceitos e regras de conduta não me tornavam feliz.
Pierre Verger – 50 anos de fotografia

Estive na exposição de Pierre Verger e fiquei encantada com as fotos, objetos, histórias retradas a partir das lentes sensíveis desse homem que queria libertar-se dos preconceitos culturais que nos afastam dos homens. Entre as imagens e objetos ali expostos, uma sala em especial chamou-me a atenção. Uma sala decorada com espelhos. Foi impactante.
Os ambientes se completavam mas essa sala em especial não se unia a nada. Era bem diferente.
Minha primeira reação foi perguntar o porque de tantos espelhos. A pessoa que estava comigo achou uma resposta prática: para que todos possam ver refletido no espelho o vídeo que estava sendo mostrado na sala. Aceitei em um primeiro momento.
Hoje, porém, comecei a refletir sobre aquela sala e penso que seu significado vai além. Para que tantos reflexos se a imagem é uma só?
Os estudos sobre física nos diz que quando a luz incide em uma superfície plana ocorre uma reflexão dessa luz que formará uma imagem. Em corpos cuja superfície são rugosas ou irregulares não há formação de imagem, pois esses corpos refletem apenas sua própria forma, textura e cor.
Mas como essa imagem nos é mostrada? Como a percebemos em nosso consciente? A reflexão dos feixes de luz nos leva ao que podemos chamar de "ilusão de ótica". Vemos uma imagem em tamanho real, com a mesma forma mas que parece encontrar-se atrás do espelho, invertida.
A imagem que vemos não é real. A imagem que reflete é apenas uma ilusão, uma caricatura do verdadeiro Self.
Os espelhos que a refletem são os mesmos, planos, lisos, produzem a mesma imagem, mas os olhos que contemplam a vêem diferente.
Se há uma regra para a formação dessa imagem porque ela se reflete de forma diferente para cada observador? Seria o ângulo de incidência que provocaria essa distorção? Seria a percepção do observador? O que transforma uma imagem? O que faz uma imagem deixar de ser real? O que vemos é o real?
Perguntas, perguntas, sempre perguntas. Passaremos nossa vida a nos perguntar o que é real, o que é verdadeiro, o que vale a pena. Alguns encontrarão a resposta naquilo que lhe apraz outros viverão a agonia da indecisão, outros se alienarão. A verdade é que estamos buscando o que é
real no outro, não sei se encontraremos.
As máscaras parecem ser mais atrativas que a revelação da verdade. Encenar no palco da vida é a grande atração do século. Esconder-se atrás de personagens gerados pelas neuroses que criamos é a forma que encontramos de sobreviver. Nos perdemos.
É preciso quebrar os espelhos. A imagem não é real. Mas se os espelhos se quebrarem como me verei?
Voltemos ao lago onde Narciso está. Vejamos nossa imagem refletida na água onde os raios incidentes formam uma imagem a partir de luminosidade que parte do corpo. Deixemos que a luz que irradia de nossa alma forme a imagem real, a imagem de nosso ser.
Essa sim é uma imagem que vale a pena ser refletida por vários espelhos.
Patrícia Prado
p.s. Texto produzido em outubro de 2005, ano da exposição
Fragmentos de uma verdade
I

Queria que tivéssemos nos encontrado em outro tempo

Um tempo onde a coragem e a ousadia fossem não apenas meras palavras

Mas fosse força, potência de ser.


Queria subir a mais alta montanha somente para gritar o seu nome

E com o meu eco trazer a existência sua presença em vôos abertos e profundos

Em uma dança sintonizada com o desejo.


Queria eternizar o seu beijo que vagueia nos calabouços frios de uma memória efêmera

E com isso ter o poder de não apenas recordar, mas sentir, viver

Mais uma vez, e outra vez e tantas outras vezes.


E eu queria tanta coisa com você!

Mas o tempo que vivemos é pequeno demais, egoísta demais, coercivo demais

Deixando apenas o desejo de um querer demais em mim.


Patrícia Prado

Grandes verdades se escondem atrás de pequenas metáforas.

quinta-feira, novembro 08, 2012

Fragmento de uma verdade
II
Eu te deixarei. Como alguém que bate a porta e não olha mais, eu te deixarei.
Te deixarei porque nunca estivestes aqui,
Nunca fostes meu e eu nunca serei tua
Então, o melhor é te deixar.
Antes que o amor vire tormento;
Antes que o desejo se torne loucura;
Antes que a falta leve a solidão;
Por isso te deixarei.

Te deixarei sem lhe dizer adeus.
Sem lhe deixar um bilhete contando a partida,
Sem uma foto de recordação.
E quem sabe, talvez um dia, perceba a minha não presença
E essa, traga-lhe a memória de que um dia estive muito próxima a ti
E você não percebeu, por isso eu te deixarei.
Patrícia Prado
Fragmentos de uma verdade
III
- É só uma febre, vai passar.
Disse ela para si mesma.
Dessas febres que surgem em noites de tempestade;
Dessas que pelo menos um vez na vida todos passam,
Era acometida a pobre moça desse mal que a atormentava.
Nenhum remédio da Botica trouxe a cura para esse mal;
Nenhum chá antigo também.
- É que essa febre, respondia sua razão, não se cura com qualquer remédio.
Isso é febre de amor e só há um jeito de se curar:
com um outro amor...
Patrícia Prado
Fragmento de uma verdade
VI

O mundo. A terra. A vida.
No princípio, sem forma e vazia, mas através de uma palavra,
de um único ato, tudo que se vê veio a existir.

O mundo. A terra. A morte.
E no fim, toda a forma perfeita e bela se acabará através do mesmo ato,
usando a mesma arma gramatical.

Nos lábios que proferem vida há também a morte. O paradoxo.
Vida e morte habitando no mesmo espaço, no mesmo corpo, na mesma mente.
Irmãs, nascidas em tempos diferentes, desejada e indesejada caminham juntas, ~
mesmo que não se perceba, mesmo que não se queira ver.

Para que haja vida é preciso que exista a morte.
A semente só existe porque em algum momento ela fora fruto.
O fruto só existe porque um dia submeteu-se a posição de semente e
pacientemente aprendeu a desenvolver.
O ciclo. A vida.

Assim, como os seres vivem e morrem as palavras também se vão, se fecham, morrem.
Palavras são como sementes lançadas em todo tipo de campo.
Algumas se permite nascer, outras tentam viver, algumas morrem.
O ciclo natural da vida semiótica.

Eis o final de nossas palavras.
A tentativa de uma construção mais que semântica revelou ao final
que palavras são signos mágicos e como alquimistas tentamos fazê-las gerar
mais do que poderiam para esse tempo e elas, obedientes, seguiram por um certo tempo
nosso feitiço mas, poderosas se desprenderam rapidamente do emaranhado confuso
que estávamos a fazer e preferiram voar para outras matas, para outros desertos.

Com a sabedoria de quem esteve presente na criação de tudo, as palavras assim se ausentam
nesse instante. Partem apenas para nos dar a chance
de viver um instante a mais de nossas vidas distantes e distintas.

Patrícia Prado

quarta-feira, novembro 07, 2012

Eterno Combate


Logos e Eros se duelam
Quem vencerá ao final ?
Sangue, suor e lágrimas
Mistura de elementos divinos
que revelam o lado cruel desse embate

Mas porque lutar? pergunta docemente Eros
Porque não se entregar e admitir que nesse combate
Não existirá vencido ou vencedor?

Logos reflete...
Não, Não é verdade o que Eros está a dizer
É apenas mais uma de suas manobras manipuladoras
Afim de capturar, de seduzir, de escravizar
Aquele que não quer ser preso
Pelas doces algemas da paixão

Interminável combate entre Logos e Eros
Quem vencerá ao final?
Eros sorri, ele não desistirá tão facilmente
Interminável combate entre a razão e o coração

Patrícia Prado

No olho do furacão


Parar. Eis o movimento que somos convidados a fazer.
A razão dita a norma e as palavras se silenciam.
Nada muito fácil de ser fazer. Uma atitude nada simples pois muitas palavras foram libertadas por mim e por você e agora? Como não ouvi-las?
No olho do furacão, no centro da tormenta, no meio da não paz.
Eu me encontro nesse estágio, nesse lugar outrora não imaginado, nunca antes visitado e a quem devo culpar por ter chegado aqui? A você? A mim? Ao destino? Aos deuses ou aos demônios?
Não. Não há culpados. Não há vítimas. Há apenas duas pessoas que, talvez por distração, se viram e sem intenção se olharam de forma diferente. Eis o que pode se tornar a força de uma atração, de um desejo.
Mas o tempo, guardião de toda sabedoria e saídas, pode ser a solução para o fim desse tormento. Deixemos que ele nos guie e enquanto isso façamos um movimento contrário. Um movimento que nos leve de encontro ao não abraço, ao não toque, ao silêncio; até que o furacao perca sua força e estejamos em um ponto mais seguro onde não haja medo.


Patrícia Prado

A palavra certa


Sinto que há um abandono dentro de mim.
Um abandono que tem cheiro de morte
Provocada pela ausência.

Sinto que há um movimento maior dentro de mim.
Um movimento linear não mais circular
Que leva-me, talvez, de encontro a um sentimento de libertação.

Sinto que há um adeus surgindo.
Um adeus não programado, não esperado, mas que surge.

E surge em um tempo certo.
O tempo que sem perceber desenhamos
Com nossos abandonos; pela nossa ausência da palavra certa.


Patrícia Prado

Divagações


Será que um dia o ser humano compreenderá a dinâmica existencial da vida?

Seres formados por partículas, água, sangue, carne, vida. E uma vida tão ínfima, tão pequena, tão ligeira...

E esse mesmo ser humano finito parece viver como infinito, pois suas escolhas são pontuadas em um futuro que ele pensa ser capaz de dominar. Pobres mortais nós seres humanos!

Somos nada diante do Universo que parece a cada dia se desencantar diante de nós.

Dominamos a máquina, mas não aprendemos a tocar o coração. Temos a técnica que nos aperfeiçoa e nos prepara para a sobrevivência nesse tempo mas, não dominamos a arte de amar sem medo, sem resistência.

E qual o futuro dessa geração de homens e mulheres perdidos em seus espaços cada vez mais seu cada vez menos nosso? Que esperar de seres como nós que se esconde atrás de ideologias e idéias retrogradas e fálidas?

Somos pó e cinza. Somos gente tentando ser gente. Somos criaturas a espera de um criador que nós ensine como ser Ser. Mas essa resposta não virá.

Esse ensino não haverá porque a resposta já está em mim, já está em você, já está em nós e se não a encontramos é porque os muros que fizemos ainda são altos demais para que o eco de nossa alma chegue do outro lado, do lado onde pode surgir vida; do lado onde pode haver paz.


Patrícia Prado

terça-feira, novembro 06, 2012

O dia das palavras mortas

Hoje é o dia.
O dia das palavras mortas.
Palavras ditas e esquecidas.
Mas se foram esquecidas porque se fez um dia?

Hoje é o dia.
De enterrar os restos das palavras que se foram.
Palavras que chegaram mas nunca estiveram presentes.

Hoje é o dia.
De pensar na vida como uma resssurreição
Uma ressurreição para novas palavras, novos pontos, novos encontros.

Hoje é o dia.
De se esquecer e de se lembrar que se deve esquecer.

Patrícia Prado