quinta-feira, dezembro 29, 2005

Teço...

Escrever algo que valha a pena, mas o que vale a pena nessa vida?
Sobre o que devo falar agora? Sobre a vida, sobre o amor, sobre a dor?
Tudo vale a pena, já dizia Pessoa então, qualquer coisa que venha a dizer valerá a pena se houver vida em meus escritos, se minha alma de todo não for pequena.
É preciso estar vivo para escrever. Para ler não é diferente.
As linhas vão se cruzando e no emaranhado de pensamentos surge o texto. Às vezes sem contexto, ele passa a existir na medida em que o leitor dá vida a ele. É preciso estar vivo para se ler um texto. É preciso estar vivo para entendê-lo. Você precisa estar vivo para compreender-me.
E o que significa mesmo estar vivo? Você já se questionou sobre isso? Você tem certeza de sua existência?
Corpo, alma... espírito. Substância, matéria, vida... se unem em uma dança sincrônica fazendo com que a vida seja expressa através de mim, de você, de nós seres dotados de sentimentos, de vontades, de desejos, de liberdade....
Estamos vivos. Podemos nos ver. Podemos compreender. Podemos ler e decifrar os códigos escritos nas almas que buscam compreender-se. Todos querem compreender, todos querem ler e se ler mas acabamos lendo o outro e nessa leitura perdemos o principal: a nossa leitura de Ser.
Teço nesse momento um texto. Confuso? Talvez. Sem nexo? Não sei. Só você poderá dizer se existir vida o suficiente para ler, entender, compreender...
Patrícia Prado

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