terça-feira, setembro 03, 2013


Eu tenho um nó na garganta. Um nó já conhecido, que me acompanha há um tempo e que agora começa a se desfazer.
Eu tenho um nó feito de vontades esquecidas, gritos silenciosos, desejos adormecidos...que se desfaz pois tornou-se demasiadamente apertado, demasiadamente incômodo, demasiadamente incoerente.
Eu tenho um nó na garganta; e esse nó leva-me a ânsias distintas, entre elas a de virar a mesa sem se importar com a taça que se quebrará, com o vinho que se perderá, com os cacos que sobrará....Porque dentro do furacão há um olho; nas profundezas das águas pode haver tesouros; no caos uma estrela pode nascer...
E é por isso que o nó deve ser desfeito; para que a poesia presa, ferida, perdida, renasça outra vez, para que ela, a poesia, salve a vida. O nó que me prende a garganta prende a poesia.
E como disse meu amado Pessoa " "A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova." E para que a alma nova venha é preciso desfazer o nó... Desfazendo os nós será possível construir esta alma: Uma alma não apenas nova, mas vestida de poesia...

Patrícia Prado

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